2022-11-14

Rafael Gallo é o vencedor do Prémio Literário José Saramago 2022

A obra vencedora, “Dor fantasma”, será publicada pelo Grupo Porto Editora, e, no Brasil, pela Globo Livros, e distribuída em todos os países da lusofonia. Adicionalmente, será atribuído ao autor da obra um prémio no valor pecuniário de € 40 000,00 (quarenta mil euros).

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Bruno Vieira Amaral, vencedor do Prémio Literário José Saramago 2015 e membro do júri desta edição, fez o elogio da obra vencedora e considerou que o autor tem mão de “pintor” e de “maestro”, e o Ministro da Educação, João Costa, foi responsável pelo discurso de encerramento, perante uma plateia composta por 1.300 pessoas, com muitas individualidades da área da cultura e centenas de jovens.


Hoje, dia 14 de novembro, foi anunciado o vencedor do Prémio Literário José Saramago 2022 (12.ª edição), promovido pela Fundação Círculo de Leitores, com o apoio da Fundação José Saramago, da Porto Editora e da Globo Livros. A cerimónia decorreu num lotado Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB), com 1.300 pessoas, sala onde o Estado Português recebeu e homenageou José Saramago, em 1998, ano em que foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura.

O vencedor do Prémio Literário José Saramago 2022, escolhido por um júri que inclui cinco anteriores vencedores deste galardão, é Rafael Gallo. Nascido na cidade de São Paulo, no Brasil, Rafael tem criado histórias e inventado personagens desde pequeno. As suas primeiras incursões na área da literatura foram os contos que acabou por compilar num volume intitulado Réveillon e outros dias, que propôs a várias editoras, sem nunca ter sido aceite ou publicado, até concorrer ao Prémio SESC de Literatura, um concurso brasileiro para autores de obras inéditas. Através desta oportunidade, Rafael conseguiu que Réveillon e outros dias fosse publicado em 2012 pela editora Record e, de certa forma, tornar-se escritor. Em 2015, lançou o seu primeiro romance, Rebentar, também pela editora Record, que foi distinguido com o Prémio São Paulo de Literatura, na categoria de autores estreantes com menos de 40 anos.

Não publicou outro livro desde então, embora tivesse um romance inédito, Dor fantasma, e 40 anos de idade quando foi divulgada a abertura de candidaturas para a mais recente edição do Prémio Literário José Saramago da qual é, agora, vencedor.

Bruno Vieira Amaral, escritor distinguido com o Prémio Literário José Saramago 2015, foi o elemento do júri destacado para fazer o elogio da obra vencedora, enaltecendo a qualidade de escrita do vencedor: “é mão cirúrgica, aplicando incisões seguras e sábias, é mão de pintor, na pincelada criativa e intencional, é mão de maestro segurando a batuta e guiando a orquestra num crescendo de som e fúria que culmina no magistral desenlace do romance”.

Numa edição que contou com centenas de candidaturas de todos os países da Lusofonia, a obra vencedora, Dor fantasma, será publicada e distribuída em todos os países em que se fala português. Concretamente, em Portugal, será publicada pelo Grupo Porto Editora, e, no Brasil, pela Globo Livros, sendo que a edição portuguesa será distribuída e comercializada em todos os países em que se fala português. Adicionalmente, será atribuído ao autor da obra um prémio no valor pecuniário de € 40 000,00 (quarenta mil euros).

A cerimónia de entrega do Prémio Literário José Saramago 2022 contou com a presença de todos os membros do júri desta edição, nomeadamente José Luís Peixoto, Prémio Literário José Saramago 2001; Gonçalo M. Tavares, Prémio Literário José Saramago 2005; João Tordo, Prémio Literário José Saramago 2009; Bruno Vieira Amaral, Prémio Literário José Saramago 2015; Pilar del Río, Presidenta da Fundação José Saramago; Guilhermina Gomes, em representação da Fundação Círculo de Leitores e Presidente do Júri; e Nélida Piñon, Membro Honorário.

O Ministro da Educação, João Costa, foi responsável pelo discurso de encerramento da 12.ª edição do Prémio Literário José Saramago, que reuniu no CCB, entre uma plateia de 1.300 pessoas, mais de 1.000 alunos de humanidades e professores de várias proveniências do país, aos quais a Fundação Círculo de Leitores e a Porto Editora, que patrocina o prémio, ofereceram um livro, uma edição especial com contos de José Saramago, José Luís Peixoto, Gonçalo M. Tavares, Valter Hugo Mãe, João Tordo e Bruno Vieira Amaral.


SOBRE A FUNDAÇÃO CÍRCULO DE LEITORES:

A Fundação Círculo de Leitores existe desde 1995 e tem como fins a divulgação da cultura escrita e do vasto património literário português, o fomento dos hábitos individuais e sociais de leitura e a promoção de um melhor conhecimento e uso, oral e escrito, da língua portuguesa. Com vista à prossecução dos seus fins, a Fundação exerce atividades de natureza e interesse cultural, das quais se destacam a edição da revista LER, destinada à divulgação da literatura e dos autores portugueses e estrangeiros, e a iniciativa bienal do Prémio Literário José Saramago, que celebra a atribuição do Prémio Nobel da Literatura em 1998 ao escritor português com o reconhecimento de uma obra no domínio da ficção, redigida em língua portuguesa, por autor com idade não superior a 40 anos. À Fundação Círculo de Leitores são reconhecidos o Estatuto de Utilidade Pública e o Estatuto de Manifesto Interesse Cultural pelo Estado Português.


SOBRE A FUNDAÇÃO JOSÉ SARAMAGO:

A Fundação José Saramago nasceu porque uns quantos homens e mulheres de diferentes países decidiram um dia que não podiam deixar sobre os ombros de um só homem, o escritor José Saramago, a bagagem que ele havia acumulado ao longo de tantos anos, os pensamentos pensados e vividos, as palavras que cada dia se empenham em sair das páginas dos livros para se instalarem em universos pessoais e serem bússolas para tantos, a ação cívica e política de alguém que, sendo de letras e sem deixar de o ser, transcendeu o âmbito literário para se converter numa referência moral em todo o mundo. Por isso, para que José Saramago pudesse continuar a ser o mesmo, soubemos que tínhamos a obrigação ética de criar a Fundação José Saramago e assim, dando abrigo ao homem, aumentarmos o tempo do escritor, sermos também a sua casa, o lugar onde as ideias se mantêm, o pensamento crítico se aperfeiçoa, a beleza se expande, o rigor e a harmonia convivem.

Não necessitamos, para intervir e ser, de autorizações nem de permissões de ninguém, basta-nos saber que somos humanos e que queremos contribuir para o processo de humanização de que um mundo em permanente processo de desumanização necessita. Perante a nossa insistência, José Saramago indicou o caminho. Temos a nossa Declaração de Princípios. Somos o que diz o papel que José Saramago assinou em Lisboa em 29 de junho de 2007. Somos a Fundação José Saramago.