2024-11-19

Francisco Mota Saraiva é o vencedor do Prémio Literário José Saramago 2024

A obra vencedora, «Morramos ao menos no porto», será publicada em 2025 pelo Grupo Porto Editora, e, no Brasil, pela Globo Livros, e distribuída em todos os países da lusofonia. Adicionalmente, será atribuído ao autor da obra um prémio no valor pecuniário de € 40.000,00 (quarenta mil euros)

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Adriana Lisboa fez o elogio da obra vencedora, e Lídia Jorge foi responsável pelo discurso de encerramento, numa reflexão sobre a importância da literatura, perante uma plateia de cerca de 1000 pessoas, com muitas individualidades das áreas da literatura e da cultura, incluindo o vencedor da edição anterior, Rafael Gallo, e centenas de jovens.

Hoje, dia 19 de novembro, foi anunciado o vencedor do Prémio Literário José Saramago 2024 (13.ª edição), promovido pela Fundação Círculo de Leitores, com o apoio da Fundação José Saramago, da Porto Editora, da Globo Livros e da Delta. A cerimónia decorreu no Grande Auditório do Centro Cultural de Belém (CCB), com cerca de 1000 pessoas, sala onde o Estado Português recebeu e homenageou José Saramago, em 1998, ano em que foi distinguido com o Prémio Nobel da Literatura.

O vencedor do Prémio Literário José Saramago 2024 é Francisco Mota Saraiva. Nascido em Coimbra, em 1988, é licenciado em Direito, pela Universidade Nova de Lisboa, e tem um mestrado em Direito e Gestão, pela Nova Schoolof Business andEconomics. O autor vive em Lisboa e tem trabalhado como jurista e consultor quando a escrita não lhe ocupa o tempo nem o lugar. Em 2021, foi-lhe concedida uma bolsa de criação literária, pela Direcção-Geral do Livro, Arquivos e Bibliotecas, e, em 2023, uma residência literária pela Fundação Eça de Queiroz. “Aqui onde canto e ardo” foi o seu primeiro romance publicado e venceu, em 2023, o Prémio Literário Revelação Agustina Bessa-Luís. Em 2024, é distinguido com o Prémio Literário José Saramago, com o inédito “Morramos ao menos no porto”, a publicar em 2025.

No elogio da obra vencedora, Adriana Lisboa destaca o facto de o livro possuir "uma qualidade quase musical" e "um estilo muito próprio, quase um idioma particular", que constroem "um romance impiedoso" e "corajoso".

Numa edição que contou com centenas de candidaturas de todos os países da Lusofonia, a obra vencedora, “Morramos ao menos no porto”, será publicada e distribuída em todos os países em que se fala português. Concretamente, em Portugal, será publicada pelo Grupo Porto Editora, e, no Brasil, pela Globo Livros. Adicionalmente, será atribuído ao autor da obra um prémio no valor pecuniário de € 40.000,00 (quarenta mil euros).

A cerimónia de entrega do Prémio Literário José Saramago 2024 contou com a presença de Adriana Lisboa e Paulo José Miranda, vencedores de edições anteriores do prémio e membros do júri desta 13.ª edição, Pilar del Río, em representação da Fundação José Saramago, Guilhermina Gomes, presidente do júri, em representação da Fundação Círculo de Leitores, e Lídia Jorge, membro honorário do mesmo. Rafael Gallo, vencedor da 12.ª edição, foi outro dos autores presentes, passando, assim, o seu testemunho ao novo vencedor, Francisco Mota Saraiva.

Lídia Jorge foi responsável pelo discurso de encerramento da 13.ª edição do Prémio Literário José Saramago e centrou a sua intervenção na importância da literatura nos dias de hoje. A cerimóniadecorreu no CCB, peranteuma plateia de cerca de 1.000 pessoas, entre as quais mais de 600 alunos de humanidades e professores de várias proveniências do país, aos quais a Fundação Círculo de Leitores e a Porto Editora, que patrocina o prémio, ofereceram um livro, uma edição especial com textos de José Saramago, Paulo José Miranda, Adriana Lisboa e Ondjaki e prefácio de Pilar Del Rio.

Sobre a Fundação Círculo de Leitores :

A Fundação Círculo de Leitores existe desde 1995 e tem como fins a divulgação da cultura escrita e do vasto património literário português, o fomento dos hábitos individuais e sociais de leitura e a promoção de um melhor conhecimento e uso, oral e escrito, da língua portuguesa. Com vista à prossecução dos seus fins, a Fundação exerce atividades de natureza e interesse cultural, das quais se destacam a edição da revista LER, destinada à divulgação da literatura e dos autores portugueses e estrangeiros, e a iniciativa bienal do Prémio Literário José Saramago, que celebra a atribuição do Prémio Nobel da Literatura em 1998 ao escritor português com o reconhecimento de uma obra no domínio da ficção, redigida em língua portuguesa, por autor com idade não superior a 40 anos. À Fundação Círculo de Leitores são reconhecidos o Estatuto de Utilidade Pública e o Estatuto de Manifesto Interesse Cultural pelo Estado Português.

Sobre a Fundação José Saramago :

A Fundação José Saramago nasceu porque uns quantos homens e mulheres de diferentes países decidiram um dia que não podiam deixar sobre os ombros de um só homem, o escritor José Saramago, a bagagem que ele havia acumulado ao longo de tantos anos, os pensamentos pensados e vividos, as palavras que cada dia se empenham em sair das páginas dos livros para se instalarem em universos pessoais e serem bússolas para tantos, a ação cívica e política de alguém que, sendo de letras e sem deixar de o ser, transcendeu o âmbito literário para se converter numa referência moral em todo o mundo. Por isso, para que José Saramago pudesse continuar a ser o mesmo, soubemos que tínhamos a obrigação ética de criar a Fundação José Saramago e assim, dando abrigo ao homem, aumentarmos o tempo do escritor, sermos também a sua casa, o lugar onde as ideias se mantêm, o pensamento crítico se aperfeiçoa, a beleza se expande, o rigor e a harmonia convivem. Não necessitamos, para intervir e ser, de autorizações nem de permissões de ninguém, basta-nos saber que somos humanos e que queremos contribuir para o processo de humanização de que um mundo em permanente processo de desumanização necessita. Perante a nossa insistência, José Saramago indicou o caminho. Temos a nossa Declaração de Princípios. Somos o que diz o papel que José Saramago assinou em Lisboa em 29 de junho de 2007. Somos a Fundação José Saramago.